segunda-feira, 26 de março de 2012

Uma noite, lendo Pablo Neruda.

Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas: 
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava. 
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.


Pablo Neruda

quinta-feira, 22 de março de 2012

E você desvive.





Você desmonta como se fosse um castelo de cartas da manga; quebra como um lápis já cansado de ser usado; se parte ao meio igual como uma folha sem valor; você logo no começo, chora pensando que os sentimentos se foram nas lágrimas, mas eles voltam, e como se fossem uma espada amiga que já tenha ferido vários de seus inimigos, ela lhe cortará com um sorriso dizendo ser soberana e traíra, como uma lenda se sobressai, sem pedir licença, algo parecido como uma bebida desvendada a mais doce e também a mais alcoólica, que ao beber-la não terás  chances de ir ao céu, pois o perdão está antes de ingerir o pecado com intenções egoístas.



Medo das próprias palavras,

Quero me viciar em drogas alienadas da sociedade, quero me viciar no amor, que deixei de amar; quero o vício de não fumar. Eu quero ser viciado naquele sonho, em que você aparecia do meu lado e me beijava; quero a prática do vício em meu sistema, e ser um dia eu tiver problemas, vou me viciar no sono, e dormir pra não acordar.