Eu escrevi tanto, mas agora está tudo na lixeira do banheiro. Tudo que ali estava marcado como "o recomeço do recomeço" foi jogado fora, por que eu não entendo o medo de você ler o que eu escrevo sobre nós. Tá, escrevi em código pra você não saber exatamente sobre o que eu escrevia. Hoje em dia se esquece a metáfora e metem-se em um discurso claro, mesmo que romântico, sobre o que é ser um em dois. Eu posso falar do sol, e o meu pôr-do-sol pode ser você. Mas agora tudo está lá, no lixo. Jogado ou guardado. Retraído sobre a impotência que me vela toda vez que olho nos seus olhos. E saber o que não entender é estratégia de garotos de 20 e poucos anos. Não vou me inteirar, nem te revelar as palavras que eu escondi. Tudo é tão feio que eu precisei reler milhares de vezes até achar que aquela frase estava boa o suficiente pra ser jogada fora. Em um lixo qualquer, pra que outro encontre-a e faça das minhas palavras as deles pra outro alguém, e ganhe, quem sabe um beijo, no mínimo um abraço. Pras palavras, em um papel amassado, até que foram boas. Enquanto durou serem lidas, cantadas ou noticiadas, você que escolhe.