segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Debruçar-me
E contudo, eu me rendi ao desejo, e declarei palavras bonitas, por meio de uma carta com aromas sentimentais: “Debruçar-me em teu colo e nos faça por inteiro, eternos em minha memória.”
E debruçado na janela do apartamento, pedindo a coragem de um suicida, criando e enfatizando a necessidade dos seus carinhos, e com copo de vinho, onde tudo era noturno, e me absorvia toda energia, e sem forças me forçava a acreditar em algum dia, sempre delirando solitário, e escrevendo ponto finais em pensamento, que antecipava a frase “Eu não a amo”, acreditando amenizar dores e sofrimento, que sem resultados se mostrava tão forte quanto a própria vontade de viver;
Agora é quase impossível achar-me em lágrimas que pareciam eternas;
É fácil deter-me quanto ao amor, e quanto me sinto certo ao afastar-te de mim, e jogar em uma lixeira papéis com canções e rimas, declarações e poesias, cartas mal escritas, emoções mal vividas, e marcas de desenhos com corações deformados, que recordava meus sonhos: corações porque te desejava, deformado porque tu não sabias.
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