Eu, em um desses dias de chuva, adormeci e acordei em um sonho de sonhador:
Meu olhos se abriram em uma cama, em sua companhia.
Bastaria um sorriso seu, concordando em querer comigo, qualquer perigoso proposto e nada mais importaria. (Pr'um remédio mais fortificador, o meu eu precisaria mais do que um encontro perdido dentro desse sonho.)
Passamos a tarde juntos, e queríamos juntar a noite com a eternidade, e passear de mãos dadas no auge daquelas ruas velhas de arvores grandes, onde marquei o meu primeiro clichê, escrevendo o seu nome e o meu, na arvore aparentemente mais nova e de folhas já esverdeadas (combinando com seus olhos) com a chegada da primavera.
Era fácil te amar, sem complicações, viver abertamente, passearmos em casa, e não nos preocuparmos se a segunda-feira trouxe aquela sensação de desespero parcial, e sorrisos forçados á todos os lados. Diríamos á todos que os dias são capitulados, e não nos assombraremos e nem daremos importância se já é fim do mês, ou se o ano começou com tudo, tudo de novo. Viveríamos o mais lindo absurdo; (sem saber o que estamos vivendo hoje.)
Enquanto as madrugadas das quais te faria únicas, me perdoe caso eu não saiba cantar igual aos seus discos, (estou treinando faz tempo) enquanto isso, deixe-me apreciar sua voz nessa canção, que a beleza é destrutiva, sem limitações abrangendo esse nosso sonho de um azul harmônico.
Entretanto, as pálpebras que se fecharam para sonhar, foram se abrindo para o acordar, e no palpite do que sonhei, só sei que amei por horas, enquanto naquela tarde ilusória, choveu.